segunda-feira, 5 de setembro de 2011

O MUNDO E O PROGRESSO

O MUNDO ESTÁ PROGREDINDO?
Estamos no 21º milênio. Sensacional. Quantas coisas foram descobertas nesses 58 anos da minha vida (estou começando dos meus dez, afinal tenho 68 anos). Antes de dez anos, meu pai trabalhava na roça e eu até fui candieiro de Carro de Boi ( O termo candieiro não se encontra no dicionário. É um menino que trabalha cuidando dos bois de carro e ajuda o carreiro em suas tarefas dentro de suas condições). Com seis anos colhia algodão em uma fazenda no município do BORÁ perto de Paraguaçu Paulista no interior do estado de São Paulo. Aos sete fui matriculado no primeiro ano da escola municipal desta mesma cidade. Com oito anos eu morei em Santa Mariana no estado do Paraná e minha família era colonos cuidadores de cafezais. Aos dez anos, onde começo minha história relacionada ao mundo, minha família mudou-se para a cidade de Ourinhos no interior do estado de São Paulo.
Aqui eu começo a falar sobre os chamados progressos do mundo.
Naquele tempo, telefone era coisa de empresas e gente muito rica. Possuir um telefone custava muito dinheiro. Não havia computadores, portanto nem internet. Se houvesse a necessidade de uma comunicação muito urgente, usava-se o telegrama que transmitia as palavras em código Morse. Rádio, era muito caro e somente os ricos podiam ter, mas mesmo assim as transmissões eram deficitárias e os ruídos até parece que fazia parte do programa. Quando surgiram os primeiros televisores, eram em preto e branco e alguns donos de bares ganhavam muito dinheiro para que os amantes do futebol se reunissem principalmente aos domingos para assistirem e as crianças eram premiadas com um programa de desenhos animados com duração de meia hora diariamente (das 19:00 as 19:30, Seção ZAZ-TRAZ sob patrocínio dos Biscoitos São Luiz). Antes da televisão, quando acontecia um corpo de alguém assassinado, juntavam multidões de curiosos. Aquilo não era nada comum. Era uma raridade. Os defuntos geralmente eram velados na casa das famílias do mesmo e eram conduzidos ao sepultamento a pé levados pelos parentes e amigos que seguravam nas alças dos caixões e durante a caminhada (muitas vezes longa) iam trocando os condutores.
Havia respeito e cidadania. Os filhos chamavam os pais de “SENHOR” e as mães eram SENHORAS. Os professores quando entravam nas classes, os alunos se colocavam em pé para recebê-los.
O hino nacional era cantado sempre e ensinado a todos os alunos. No dia sete de setembro, havia desfiles de todas as escolas da cidade.
Aluno não usava bonés dentro das salas de aula e nem podiam comer durante as aulas dentro da sala, somente no horário de recreio. Se um aluno cometia um ato de indisciplina, o professor castigava severamente, as vezes até batia com uma régua e geralmente este nem falava para os pais com medo de levar uma surra.
Jovens e crianças se reuniam para brincar. Havia o famoso brincar de roda onde formavam uma roda pegando nas mãos uns dos outros e giravam cantando canções alegres.
No cair da noite, os vizinhos se reuniam nas calçadas para conversar e havia maior calor humano.
Ia me esquecendo, uma ligação telefônica, conforme a distância poderia demorar horas e até dia. Havia um posto telefônico aonde o interessado em fazer uma ligação se dirigia e dava o número do telefone para uma telefonista e as demais informações tais como cidade, nome da pessoa a ser chamada, etc. e esta informava mais ou menos o tempo em que se completaria a ligação, e a pessoa voltava para casa depois novamente se dirigia ao posto telefônico no horário aproximado para poder falar com a pessoa desejada.
Hoje as coisas são diferentes. De onde estiver, através de um telefone celular, pode-se falar até com países do outro lado do mundo em apenas alguns segundos. Os vizinhos não se reúnem mais nas calçadas e geralmente nem se falam. Se comunicam através de MSN, Email, telefone fixo ou celular.
Quando acontece um assassinato, geralmente passamos pelo local e nem sequer olhamos para o defunto. Sair nas ruas em qualquer horário, é perigoso e se for durante a noite, é um ato de coragem. Assaltos, roubos, estupros, seqüestros, já se tornou tão comum que ninguém mais se espanta.
Chamar a Polícia para resolver algum destes casos, é bobagem. Até que a Polícia tem boa vontade, mas ela prende o marginal e leva para a delegacia, porém ele é solto antes mesmo que o policial seja liberado, pois a justiça tem que cumprir tal de direitos humanos que OS HUMANOS DIREITOS ficam prejudicados.
A tempos atrás, eu pensava que era humano, mas agora descobri que para poder usar esse nome (HUMANO) é necessário ser assaltante, traficante, ladrão ou outro tipo de criminoso, pois o departamento separado para defender os direitos humanos somente defendem marginais.
Esse é o mundo que está progredindo. Estou falando do que vejo no BRASIL. Sei que alguns países as leis são rigorosas e cumpridas. Nossas leis são baseadas na LEI ROMANA “DURA LEX, SEDI LEX” (a lei é dura, mas é a lei) Faço aqui uma pergunta:_ A nossa lei é dura para quem?
Creio que este mundo tão preocupado com o progresso está na hora de findar. Espero em Deus o Criador deste universo nos socorra pois está difícil viver neste “progresso”. E olha que não falei da corrupção política. Não se pode confiar mais em nenhum dos nossos representantes. Antigamente elegíamos um representante, hoje contratamos um político. Já não é mais um a escolha de um representante. Ser político hoje é ser um patrão contratado e este contrata feitores para nos subjugar.
Meu caro leitor, que este desabafo seja pelo menos compreendido. Afinal, estamos juntos girando neste mundo impiedoso que nos escraviza cada vez mais.
FRAGONE, 5 DE SETEMBOR DE 2011

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